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sábado, 25 de setembro de 2010

Na Índia, um professor católico é mutilado por islamitas por causa de um exercício de pontuação

Alguns meses depois de ter distribuído a seus alunos o tema do exame de pontuação onde entrava o nome “Muhammad”, Thenganakunnle Joseph, professor em um colégio católico de Kerala, Estado no sul da Índia, foi violentamente agredido. Sua mão direita foi mutilada, e seus braços e pernas, fraturados.
Que melhor exercício do que um diálogo para verificar os conhecimentos dos alunos em matéria de pontuação em malayalam, a língua oficial de Kerala? No caso, o professor Joseph se inspirou em um diálogo entre um louco e Deus, extraído de um filme local. Mas foi o louco que ele optou por chamar de “Muhammad”, nome do profeta do Islã, mas também de milhares de habitantes em um Estado onde um quarto da população é muçulmana.
Algumas semanas mais tarde, em 4 de julho, ele foi atacado por homens a golpes de machado e barras de ferro na saída da missa. A polícia suspeita que a Frente Popular Indiana, um pequeno grupo islamita local, tenha organizado esse ataque, e deteve 27 de seus membros.
Em vez de vir em socorro de seu professor, o colégio Newman, colocado sob proteção policial após manifestações de muçulmanos, preferiu demiti-lo, acusando-o de ter desonrado o sentimento religioso da comunidade muçulmana. “Ele deliberadamente ridicularizou o profeta”, explica Thomas Malekkudy, diretor da diocese de Kothamangalam, sob cuja autoridade o colégio Newman se encontra. A diocese chegou a distribuir durante a missa, em mais de 120 paróquias, uma circular explicando que o professor Joseph havia tentado desacreditar a Igreja e suas instituições.
Thenganakunnel Joseph agora se encontra inválido, sem emprego, com uma família para sustentar. “Já me desculpei e não queria ofender ninguém utilizando o nome ‘Muhammad’”, garante o professor. A Liga Muçulmana indiana e organizações católicas pediram, em vão, pela reintegração do professor.
Um modelo de coexistência
“Esse incidente é sintomático da crescente influência do fundamentalismo religioso que leva à violência no país em geral, e mais recentemente violências em Kerala”, observa o historiador KN Panikkar em um artigo publicado pelo jornal “The Hindu”.
No início de setembro, fachadas de igrejas foram vandalizadas. Kerala, que já foi reconhecida como um modelo de coexistência pacífica entre hindus, cristãos e muçulmanos, vem se afundando em tensões interreligiosas. Em 2004 e 2005, vilarejos costeiros foram palco de violentos conflitos entre muçulmanos e católicos. Desde então, o poderoso conselho inter-igrejas de Kerala recomendou às famílias cristãs que só enviassem seus filhos a escolas de sua religião para preservar “os valores cristãos atacados”.
No cenário político de Kerala, dominado pelo Partido do Congresso e pelo Partido Comunista, formações políticas como os nacionalistas hindus do Bharatiya Janata Party procuram atrair eleitores na base de sua religião. “A algumas semanas das eleições locais que acontecerão em outubro, o BJP se aproveitará desse incidente para ampliar sua influência e reunir os votos dos cristãos e dos hindus brandindo a ameaça islâmica”, acredita KPM Basheer, correspondente do jornal “The Hindu” na região.
Fonte: UOL noticias

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