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sábado, 17 de abril de 2010

Não ao secularismo marxista na Liturgia

Recebemos com alegria as palavras do Santo Padre aos bispos do Brasil na recente visita Ad Limina que fizeram. A ênfase que o Papa deu à necessidade da valorização da Liturgia e da obediência às normas eclesiásticas foi conveniente. Aliás, as palavras de Bento XVI aos nossos pastores vêm sendo bastante necessárias. Recentemente Sua Santidade se pronunciou condenando os aspectos mais seculares da Teologia da Libertação; em outro discurso, dessa vez aos bispos do regional Oeste 1 e 2, afirmou que “[n]este deserto de Deus” em que se encontra o nosso mundo secularizado, “a nova geração sente uma grande sede de transcendência”.
O pulso firme do Papa com a onda de secularismo que infelizmente impera em nosso país é uma advertência preocupante. As sequelas da predominância do pensamento marxista na sociedade brasileira são visíveis não somente nas homilias dos nossos sacerdotes ou nos livretos que, ao invés de formarem os nossos católicos, acabam por mostrar a eles um Evangelho totalmente diferente daquele pregado por Nosso Senhor, mas também dentro da própria Liturgia. O Papa Pio XII, de veneranda memória, já mostrava aos católicos de seu tempo quão terrível é a atitude daqueles que, desobedecendo às exortações da Santa Sé, introduziam no Santo Sacrifício da Missa mudanças muitas vezes contrastantes com as prescrições do Santo Magistério:
“Não é possível deixar ao arbítrio dos particulares, ainda que sejam membros do clero, as coisas santas e venerandas relativas à vida religiosa da comunidade cristã, ao exercício do sacerdócio de Jesus Cristo e ao culto divino, à honra que se deve à santíssima Trindade, ao Verbo encarnado, à sua augusta Mãe e aos outros santos, e à salvação dos homens; pelo mesmo motivo a ninguém é permitido regular neste campo ações externas que têm nexo íntimo com a disciplina eclesiástica, com a ordem, a unidade, a concórdia do corpo místico e, não raro, com a própria integridade da fé católica.”
- Pio XII, Mediator Dei, n. 52
Sabemos que, se a Teologia da Libertação é um fato, toda essa “bagunça” – penso que é esse o termo apropriado para falarmos do assunto – no que se refere à Liturgia nada mais é que consequência.
A Teologia da Libertação introduz uma concepção de igualitarismo desordenado na Igreja. Como a TL é uma corrente paralela ao anarquismo, onde cada um é dono de si mesmo e ninguém é de ninguém, o que acontece é a supressão da autoridade. A obediência a alguma pessoa ou instituição é contraditória ao espírito do Evangelho, no qual “todos seriam iguais”. Submeter-se ao Papa ou ao bispo, observar as prescrições da Sagrada Liturgia, tudo isso seria considerado uma grande besteira. Na linha desse absurdo pensamento, os leigos não deveriam se submeter aos fiéis; pelo contrário, o celibato clerical deveria ser inclusive abolido, para que os sacerdotes se pareçam mais com os fiéis comuns.
O que nos ensina a Santa Madre Igreja, porém, é que devemos olhar para a hierarquia da Igreja como uma representação da hierarquia celeste e que a manutenção dessa hierarquia verdadeiramente gera a ordem.
Ora, se a manutenção da hierarquia e a obediência a ela gera a ordem, o contrário logicamente gera a desordem. É o que infelizmente vemos em muitas paróquias de nosso país.
E como se a desvalorização do sentido de autoridade não bastasse, a Teologia da Libertação, negando o transcendente, acaba por tratar a Missa com banalidade. Afinal, o que faz a Santa Missa ser um banquete sagrado e importante é justamente o fato de Nosso Senhor estar presente na Eucaristia. O que sabemos, no entanto, da TL, é que ela, negando a existência de milagres, acaba por negar também a transubstanciação, que acontece durante o Sacrifício da Missa. Se a Missa é somente uma celebração da união da comunidade e da luta do povo contra a opressão, se não há presença real, então, todos os cuidados que a Igreja tem para com a celebração da Comunhão são facilmente ignorados e deixados de lado.
“A verdadeira liturgia supõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-Lo”. O Santo Padre cita um trecho da sua exortação apostólica – Sacramentum Caritatis – que fala da presença real de Cristo na Eucaristia; e conclui: “[A] Igreja vive dessa presença e tem como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro”. Na Santa Missa, o sacrifício da Cruz se renova. A única diferença é que, durante a Missa, se dá o sacrifício incruento, ou seja, sem derramamento de sangue. Apesar disso, o sacrifício é o mesmo; e o próprio Senhor instituiu o santo Sacramento para que possamos fazer isso em sua memória até que Ele venha estabelecer o Reino de Deus.
A plenitude dos bens não receberemos aqui, como dizem os teólogos da libertação. Não estamos vivendo o céu aqui. Ele verdadeiramente existe; e só gozaremos verdadeiramente de toda essa glória após a morte. Enquanto ela não vem, no entanto, participamos do Banquete Eucarístico, comungando do Pão dos Anjos. Ao celebrarmos o mistério da Redenção, meditamos silenciosamente na Paixão do Senhor.
Ao meditar, no entanto, nada de desordem e confusão; respeitemos as leis da Igreja e as prescrições litúrgicas. Que a Virgem Santíssima, Mãe da Eucaristia, cubra com seu manto sagrado os nossos pastores, para que vigiem “diligentemente para que as prescrições dos sagrados cânones relativamente ao culto divino sejam pontualmente observadas” (Mediator Dei, n. 52).
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com

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