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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Maria e a Eucaristia

“Desejamos falar  ao Coração do Fiho por meio do Coração da Mãe. Que pode haver de mais belo do que o colóquio destes dois corações? Queremos tomar parte nele.” Assim se expressava o Servo de Deus Papa João Paulo II, na oração do Ângelus de 21-7-85. Nesta expressão encontramos a razão profunda da união da nossa oração a Maria, nossa Mãe, para chegarmos ao Coração do Filho e d’Este, pelo Coração da Mãe, até nós.
Para aqueles que querem afastar a devoção eucarística da devoção a Maria, como se pudéssemos separar o amor da Mãe e do Filho, o Papa Bento XVI deixa bem claro esta ideia sobre a relação intrínseca dos dois corações santíssimos: (…) Em Maria “encontramos realizada, na forma mais perfeita, a essência da Igreja. Esta vê em Maria a Mulher eucarística – como a designou o servo de Deus João Paulo II – (…) e contempla-A como modelo insubstituível de vida eucarística”. O Papa Exorta-nos ainda, a exemplo de Maria, a fazer da nossa vida uma “oferta agradável ao Pai”, aprendendo com Ela “a tornar-nos pessoas eucarísticas e eclesiais”.

Nesta relação da devoção eucarística com Maria, São Pedro Julião Eymard acentua que "a melhor preparação para a santa Comunhão é a que se faz em Maria.” O mesmo santo afirma que depois da ascensão de Jesus ao céu, a Bem-aventurada Virgem “vivia no Santíssimo Sacramento, vivia dele.” E São Pio de Pietrelcina admoesta-nos à adoração eucarística, a exemplo de Maria, dizendo: “Não vedes Nossa Senhora sempre ao lado do Sacrário ?”; também S. Maximiliano Maria Kolbe  recomenda que  indo a Jesus Eucarístico, não se deixe de lembrar a presença de Maria, chamando-A  e unindo-se a Ela e, pelo menos, fazendo que pela nossa mente passe o Seu suave nome. A alguém que perguntava a Santa Bernardete Soubirous se ela gostava mais de receber a sagrada comunhão ou de ver Nossa Senhora na gruta, ela respondeu: “Que pergunta tão esquisita! São duas coisas que não se podem separar. Jesus e Maria estão sempre juntos!”

É nosso entender que sem devoção e amor a Maria e sem a devoção, amor e adoração ao Santíssimo Sacramento não há Igreja Católica. Esta seria um edifício sem alma destinado à ruína. Santo Alberto Magno ilustra bem a necessidade de não deixarmos cair esta atitude de verdadeira piedade cristã católica, ao afirmar que “A Eucaristia cria impulsos de amor angélico e tem a singular eficácia de inocular nas almas um singular instinto de ternura para com a Rainha dos Anjos. Ela nos deu a carne de Sua carne, os ossos de seus ossos, e continua a dar-nos na Eucaristia este doce e virginal manjar celeste.” O P. Stefano Manneli, FI, chama mesmo a Jesus Eucaristia, “o Pão da Mãezinha” e acentua que “Maria está toda em Jesus.” E o Santo Cura d’Ars dizia que Nossa Senhora está sempre “entre o Seu Filho e nós”.
Também São João Bosco ensinava “que já não é o sacerdote mas, sim, a própria Nossa Senhora que vem dar-nos a Hóstia Santa.” E São Pedro Julião Eymard diz-nos que assim como a Imaculada Conceição foi a preparação para a Primeira Comunhão de Nossa Senhora, isto é, para a Encarnação do Verbo, assim também continua a ser a preparação para todas as Santas Comunhões, contanto que nos voltemos para Ela e lhe peçamos que “nos cubra com o manto da Sua pureza, e nos revista da brancura e do esplendor da Sua Imaculada Conceição.” Santa Gema Galgani exclamava: “Como é bela a Comunhão feita com Nossa Senhora!” Ou São Boaventura: “Cada sacerdote no Altar deveria identificar-se inteiramente com Nossa Senhora, porque, como por meio dela é que nos foi dado Jesus Eucaristia, assim é pelas mãos dela que Ele deve ser oferecido a nós.” No mesmo sentido, São Francisco de Assis falava da estreita proximidade que há entre a encarnação do Verbo no seio de Maria e a consagração eucarística entre as mãos dos sacerdotes.

O Papa João Paulo II realça este grande mistério de união dos corações da Mãe e do Filho ao afirmar: “Para Maria, o receber a Eucaristia quase que devia significar o acolher de novo no Seu ventre aquele Coração que batera em uníssono com o Seu e reviver o que tinha pessoalmente experimentado junto à Cruz… E assim aquilo que Cristo fez para Sua Mâe fá-lo agora, também, em nosso favor” de modo que “viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica também receber continuamente este dom – testamento da Cruz; significa levar connosco – a exemplo de João – aquela que sempre de novo nos é dada como Mãe.” (“Ecclesia de Eucharistia”, nºs 56-57). Este santo Servo de Deus chegou mesmo a apelar ao “Rosário Mundial” pela paz junto do Santíssimo Sacramento.
 
O Padre Marie-Michel destaca que “é na vida mariana e eucarística que se vai realizar a santidade do Terceiro Milénio (…). “O mais importante será sempre a santidade” – no dizer deD. André-Mutien Leonard, em “Le coeur de la foi chrétienne” citado por Marie Michel - que consiste em  acolher o dom de Deus colocando o nosso ‘sim’ no da Virgem.” Referindo-se à presença de Maria entre os apóstolos, D. André-Mutien frisa que a Igreja apostólica só dará fruto se for mariana “; e acrescenta: “Apesar da importância do ministério de Pedro, Maria é mais decisiva do que ele para o futuro da Igreja… quase ninguém sabe quem era o Bispo de Teresa do Menino Jesus mas milhões dos nossos contemporâneos foram tocados pela graça da santa de Lisieux.”

Como estão longe desta forma de estar e sentir o pulsar do coração da Igreja, no íntimo do Coração de Maria, todos aqueles que na Igreja desejam esvaziar do amor e da adoração a Jesus a união espiritual com a Sua Mãe Santíssima, e quando se referem a ela têm sempre o cuidado de dar explicações muito racionais para não serem apanhados por “ popularuchos”, mais afectos às vaidades do mundo do que ao querer de Deus.
 
    Concluímos esta reflexão com estas eloquentes palavras de D. José Policarpo (22-05-08): Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja pode estar sempre presente na nossa adoração, não contrapondo ao encontro com Jesus Cristo a nossa devoção a Maria, mas porque ela foi e continua a ser a grande adoradora. Os seus silêncios, com que guardava tudo no seu coração, guardam também esse seu segredo: a sua experiência de adoração. Quando O trouxe no seu seio, sobretudo naqueles meses em que ninguém sabia, só ela e Deus; quando O contemplou em Belém, como qualquer mãe contempla embevecida o seu Filho recém-nascido; no Calvário, ao mergulhar confiante no drama da redenção; quando, reunida com os Apóstolos, esperou a vinda do Espírito Santo; e elevada à Glória, continua a adorá-l’O, a Ele que é o seu Filho, por Quem também ela foi até ao Pai. Maria adora sempre, adora de uma maneira perfeita, está sempre com quem adora, devemos orar sempre com ela.”

Fonte: Montoito

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