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terça-feira, 6 de abril de 2010

Cursilhistas: A PAZ ESTEJA CONVOSCO

Depois da morte, a ressurreição. A ressurreição é vida que renasce. É semente da paz. É amor invencível de Deus. A paz é fruto do amor. É alegria da vida que renasce na Páscoa da ressurreição. O mistério da Páscoa significa o recomeçar da vida depois da morte, a existência nova do homem que renasceu em Cristo ressuscitado. Na Páscoa nós cristãos renovamos uma alegria antiga de 2.000 anos. Uma alegria que nos fez compreender o evangelho, que explodiu improvisamente diante dum sepulcro encontrado vazio. A paz é vida nova.

            Aquele dia longínquo parecia destinado à tristeza e ao luto, pela morte do Senhor Jesus. E de improviso encheu-se de alegria. Maria Madalena chegou ainda de madrugada ao sepulcro, chorando o morto. E não o encontrou. Pedro e João correram e viram; encontraram as ataduras dobradas em um ângulo, o sudário bem dobrado, e de Jesus nenhum traço. Finalmente compreenderam.
            Dizemos que finalmente, porque teriam podido compreender muito antes. Jesus os tinha advertido. Está nos evangelhos que Jesus várias vezes tinha preanunciado aos apóstolos que devia morrer e depois de três dias ressuscitaria. Mas eles não suportavam a idéia da sua morte. Pensavam na idéia de messias vitorioso, em um chefe como aqueles que dominam hoje a terra.
            Não entendiam colocar-se às ordens de um chefe destinado à derrota.
            Agora diante de um sepulcro vazio, finalmente compreenderam. E de improviso a sua alegria foi plena. Uma alegria incontida, transbordante. Uma alegria em todos os recantos da terra e pelos séculos. Evidentemente ela é mais que justificada. Porque Jesus se revelou um chefe de longe mais poderoso dos poderosos.
            A história de todos os tempos conheceu tantos chefes, condutores, reformadores, revolucionários, com doutrinas e programas grandiosos: chefes que se esforçaram por realizá-los, mas depois, chegada para eles a derrota ou a morte, tudo acabava como um castelo de cartas, como uma bolha de sabão. De fato estes anos de história recente estão cheios de ambições e falências, de ideologias inchadas, enlouquecidas e bombásticas, de chefes de estado derrotados e tombados por terra.
“Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos  com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco” (João 20,19).
            Com a morte de Jesus, nada terminou; com a sua ressurreição tudo recomeça. Hoje,  como 2000 anos passados. No momento em que seu túmulo foi encontrado vazio, a morte se muda em vida, a derrota se torna vitória, o choro e luto se transformam em alegria.
            Então começa a tomar consistência o seu programa, o seu projeto, a Boa Notícia que Jesus nos trouxe. A resposta de Deus aos pessimistas e aos desencorajados.
            O tema da paz é por certo o mais tratado em todos os tempos. É o mais desejado pelo coração humano.
            Nós também hoje desejamos que a paz reine entre as pessoas, dentro das comunidades humanas, entre as nações.
            Mas a paz é tão vulnerável. Ela nasce do conflito dentro do coração humano entre o egoísmo, o subjetivismo, e o amor ao próximo, com o perdão, a misericórdia que lhe vai ao encontro e o colocar-se em primeiro lugar.
            Deus não criou o homem para ser derrotado mas para vencer o conflito. Deu-lhe o seu Espírito de Amor para que fizesse sucumbir o mal dentro do próprio coração. É o que Cristo ensinou, realizou e deu a vida por esse ideal. Fundou a Igreja à qual preside na caridade para que ensine e testemunhe o amor.
            A Igreja é santa e pecadora. É chamada constantemente à conversão como toda a criatura humana. Sem cruz e morte não há ressurreição.
            Apontamos a todos um mundo novo, no qual acreditamos, feito com a renúncia à mentira, ao ódio, à vingança, ao roubo, à apropriação indébita, à corrupção ativa e passiva, à intolerância, à falsidade. Acreditamos na verdade, na justiça, na fraternidade, na doação da vida que gera a felicidade no interior do coração  e com o próximo.
            Cristo é a grande novidade, só Ele pode mudar e transformar os corações que O acolhem e se convertem à vida nova.
             


Dom Geraldo M. Agnelo - Cardeal Arcebispo de Salvador

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