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sexta-feira, 5 de março de 2010

Fé cristã é alma do verdadeiro conhecimento, diz estudioso

A fé cristã seria algo de 'acessório' ao conhecimento ou, ao contrário, pode reivindicar o papel de ser a própria alma do verdadeiro conhecimento?

Esse questionamento se apresenta como pano de fundo de dois artigos escritos pelo diretor do Observatório Internacional Cardeal Van Thuân para a Doutrina social da Igreja, 
Stefano Fontana.

Os textos surgiram após a editora da Universidade Católica de Milão (Itália) - "Vita e Pensiero" - publicar o livro Lessico sui diritti umani (Lexicon dos Direitos Humanos). De acordo com o reportado por Stefano, a obra não traz uma única palavra relacionada aos direitos referentes à vida, família ou liberdade de educação, tampouco nas áreas relacionadas, como "Crianças", "Mulher", "Saúde" ou "Sexualidade".

O fato trouxe à tona uma discussão que aborda as relações entre fé e conhecimento, bem como a visão ideológica atualmente propagada sobre os direitos humanos.


Fé e conhecimento

"Será que a perspectiva de que a fé cristã 'orienta' a ciência, no sentido de impor uma inclinação 'tendenciosa' sobre ela, ou, então, que ajuda a esclarecê-la, constitui um estímulo para a própria razão tornar sua própria racionalidade cada vez mais clara? O conhecimento ganha vida em si mesmo e, em seguida, recebe a adição da fé cristã que o 'orienta' a partir de uma posição partidária, ou, a fim de ser ele mesmo, o conhecimento deve estar aberto à luz que vem da fé cristã? São as ciências tratando com o homem autonomamente completo ou elas necessitam da antropologia revelada pela Revelação Cristã, o que, portanto, não seria uma espécie de 'orientação tendenciosa', mas sim uma condição para as ciências humanas poderem realmente ser elas mesmas?", questiona Stefano.

Nesse cenário, debater o tipo de conhecimento que é ensinado na universidade católica seria crucial. O diretor destaca que essa instituição não existe para expressar a "opinião cristã", mas sim mostrar que o Cristianismo é não apenas útil, mas necessário para o conhecimento.

"Na verdade, a fé, de nenhum modo, limita ou elimina essa autonomia, na medida em que sua função consiste em induzir a razão a mergulhar ainda mais fundo em si mesma e colocar para fora o melhor que possui. Minha humilde opinião é que tais considerações provocam um impacto que é percebido no próprio sentido da existência da Universidade Católica", sublinha.


Direitos Humanos

O diretor do Observatório assevera as críticas ao que chama de "operação cultural de não pouca perplexidade", deixando claro que seu posicionamento não tem a ver com a falta de coerência entre a publicação e as finalidades da Universidade Católica e a doutrina da Igreja.

"Mas acima de tudo com a natureza científica desta operação. [...] Pode um levantamento sobre direitos humanos que ignora o direito à vida e à família ser julgado procedente em termos científicos, ou ele prova ser contaminado pelo reducionismo ideológico? Uma das principais características dos direitos humanos é a sua indivisibilidade; eles não podem ser separados e todos devem estar juntos, sob a pena de entrarem em colapso", ressalta.


Observatório Internacional Cardeal Van Thuân

O Observatório foi instituído para promover a Doutrina social da Igreja a nível internacional. Para isso, fornece informação sobre a Doutrina social da Igreja (DSC), sobre a qual também desenvolve sistematicamente dados, documentos e estudos, colocando-os à disposição também on-line a todos que estiverem interessados.

De modo secundário, o Observatório elabora reflexões, avaliações, aprofundamentos sobre a Doutrina social da Igreja, a partir de uma ótica universal e interdisciplinar. Enfim, o Observatório assinala e sustenta a esperança de que se traduza em atos a Doutrina social da Igreja nos vários setores da vida social internacional.

O Observatório colabora com as Conferências episcopais e outros Organismos eclesiais, os Centros de Estudo dedicados à DSC e as agências internacionais apropriadas. A instituição está em comunhão com os propósitos do Pontifício Conselho Justiça e Paz, com base em que orienta a própria atividade.

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