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domingo, 7 de agosto de 2011

Fiéis lotam as ruas de Bom Jesus da Lapa

Com o tema SOU DO BOM JESUS PELA GRAÇA DO PAI, foi realizada a 319ª Festa do Bom Jesus da Lapa (desde 1691) com a participação de mais de 300 mil pessoas de vários estados e partes do Brasil. Neste ano, aproveitando os recursos da tecnologia, o novenário foi transmitido pela internet e a TV Aparecida passou a transmitir a novena, a partir da sétima noite, para o Brasil inteiro.
As noites do novenário foram refletidas pelos seguintes pregadores: Dom César, bispo de Bom Jesus da Lapa (28 e 29/07), Pe. Paulo Lemos, reitor do Santuário de Nossa Senhora das Dores, do Juazeiro do Norte – CE (30 e 31/07), Pe. José Ramos, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém do Pará – PA (01 e 02/08) e, Pe. Darci Niciolli, reitor do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Aparecida - SP (03 a 05/08) e a reflexão no encerramento da festa.
A realização deste acontecimento vem confirmar, cada vez mais, que a romaria do Bom Jesus da Lapa se consolida, verdadeiramente, como a terceira maior romaria do Brasil e se propaga expressivamente na mídia nacional e internacional como um grande fenômeno de turismo religioso e cultural, localizado no “coração sertanejo” da Bahia.
Diante dessa realidade sócio cultural e religiosa, vale lembrar que os investimentos dos governos estadual e municipal para a estruturação física desse mega acontecimento são quase insignificantes. A cidade, como já se fala há muitos anos, continua despreparada para acolher a grande massa da população flutuante que recorrem às suas estruturas de acolhimento: rancharias, pousadas, hotéis, restaurantes, bares, mercados, feiras livres, etc. Muitos peregrinos habitam em casas alugadas e outros tantos se estabelecem em acampamentos improvisados e inapropriados para se acomodarem digna e acolhidamente.
O aparato do poder público local é parco, inóspito e improvisado. Tudo é arranjado em cima da hora de forma precária, desordenada e amadora. O trânsito fica caótico, sem alternativa de fluxo e sem regulamentação das vias; o comércio alternativo é desordenado, barulhento, agressivo e dissonante; a mendicância se estabelece naturalmente como uma forma de expor suas mazelas, colher as migalhas dos transeuntes e encher sua paciência; os banheiros químicos e os vasilhames para a coleta de lixo foram inexistentes neste ano; as instituições locais ficam anestesiadas sem o poder de mando ou de solução.
Podemos dizer que, verdadeiramente, graças ao Bom Jesus, a romaria é realizada satisfatoriamente sem maiores incidentes e grandes agravantes, por que sua expressão máxima é o evento religioso. Mas, não se pode apelar para a inércia ou o descaso como formas pacíficas de compreender o evento e eximir-se da responsabilidade.
Nenhuma cidade do estado da Bahia, neste período do ano, recebe um numero tão expressivo de visitantes e turistas, mesmo considerado o grande potencial turístico da capital e as belezas naturais do litoral. Sem sombras de dúvidas o estado e o município devem ser responsabilizados pelos investimentos urgentes e necessários para o acolhimento e atendimento das pessoas que visitam, todos os anos, à cidade de Bom Jesus da Lapa, por ocasião das romarias.
Em consideração há outros acontecimentos e festas que acontecem na Bahia, percebemos a grande desigualdade. Não há verbas para a lavagem do Bonfim em Salvador, Festa da Boa Morte em Cachoeira, Festas Juninas em quase todo o estado? Onde estão as verbas para a realização de um evento que atrai mais de 300 mil pessoas e propaga, sem recompensas, a região oeste do estado e as cidades do entorno de Bom Jesus da Lapa?
Em todas as campanhas eleitorais os candidatos se afloram em apresentar propostas de solução dos impactos das romarias. Mas, o que é realizado na cidade de Bom Jesus da Lapa é uma maquiagem barata, diante das “vestimentas” que ela merece e da responsabilidade sócio, cultural e religiosa que ela tem com os que vêem e deixam suas parcas economias num comércio que desconsidera a sua acessibilidade.
Na tarde do dia 06 de agosto, nos agradecimentos finais da Festa, terminei minhas palavras convocando os lapenses da seguinte forma: Lapenses, vejam a grandeza dessa festa; vejam a grandeza dessa romaria, vejam a potencia dessa cidade; vejam a nossa grande responsabilidade de conservar essa imagem (Bom Jesus), preservar esse morro (Santuário) e recriar essa cidade (Bom Jesus da Lapa). Dirigi-me aos romeiros dizendo: Romeiros, vejam do que vocês são capazes quando querem fazer acontecer. Levem isso adiante e não se esmoreçam, mesmo que as acomodações na cidade não foram às melhores. Espalhem essa festa por onde andarem e voltem no próximo ano.
Pe. Roque Silva Alves – reitor do Santuário
Fonte: Bom Jesus da Lapa. org


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