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domingo, 5 de junho de 2011

E vos Declaro Marido e Marido: Você já ouviu falar da bênção da união de amor?

Sem a necessidade de comentar. Obviamente era, no passado, hospedada em uma igreja católica de Milão... por gentil concessão da Cúria Milanesa. (na foto com a
Sem a necessidade de comentar. Obviamente era, no passado, hospedada em uma igreja católica de Milão... por gentil concessão da Cúria Milanesa. (na foto com a "madre" está o cardeal Tettamanzi, que, alías, apoia politicamente um candidado pro aborto e pro todas as porcarias, além da construção de uma mesquita em Milão).
Madre Maria Vittoria Longhitano é a primeira mulher na Itália regularmente ordenada para o posto de pároco de uma Igreja reconhecida como “sacramentalmente válida” e legítima pelo Vaticano. Pertence à Comunidade Vetero-Católica da União de Utrecht, inspirada na Igreja indivisa do primeiro milênio cristão, uma época em que o sacerdócio era aberto ao sexo feminino, o celibato não era condição necessária para usar a batina, e não se atribuía primado absoluto e infalibilidade ao bispo de Roma.
ANGLICANOS DA ITÁLIA. Ligada por um liame de plena comunhão com a confissão anglicana episcopal dos EUA e respondendo em última instância à autoridade do Arcebispo de Canterbury, a Igreja Vetero Católica de Cormano (perto de Milão, onde entre outras coisas se encontra a capela funerária de Alessandro Manzoni, autor de Os Noivos), que pertence à Paróquia Anglicana Jesus de Nazaré, na capital lombarda, é também a primeira no País a celebrar a união sagrada de dois casais homossexuais, no sábado, 21 de maio. Ou seja, Carmelo Mazzeo e Paolo Cenni, 41 e 33 anos, e Agnese Cighetti e Letizia Torrisi (33 anos).
“BÊNÇÃO DA UNIÃO DE AMOR”. Quem celebrou o rito foi a própria Madre Maria Vitória, que faz questão de especificar: “A fórmula litúrgica escolhida é a de uma ‘bênção da união de amor’ e assim rezam as deliberações sinodais vetero-católicas que a oficializaram e são datadas de 23 de janeiro e 03 de maio de 2011”. Mas este expediente foi adotado apenas para evitar contraste demasiado diretos com os ingredientes mais tradicionais e atrasados do catolicismo romano, porque “pelo que nos interessa”, explica a religiosa para a revista Lettera43.it “trata-se, para todos os efeitos, de dois casamentos.”
O pequeno rebanho de Madre Maria Victoria tem pouco mais de 100 almas em todo o País, mas com atos como este ela intercepta os favores, a curiosidade e as esperanças dos fiéis mais progressistas, para quem o casamento gay e a homossexualidade não são motivo de escândalo. “Há muitos religiosos católico-romanos que, em privado ou no segredo do confessionário, manifestam fortes preocupações sobre a doutrina do Vaticano”, diz Maria Vittoria Longhitano, “e, em especial, com relação à virada conservadora do Papa Ratzinger, que aumenta a sensação deles de desconforto e inquietude”. Não apenas isso: “em mais de uma ocasião”, lembra “a” pároco [em italiano o título não flexiona no gênero], “os fiéis católico-romanos que se aproximam de nossa comunidade e nossas cerimônias puderam vislumbrar a face do Catolicismo como será em um futuro mais ou menos próximo.”
NENHUMA EXCEÇÃO. Isto é, nenhuma exceção, não apenas em relação aos homossexuais, mas também, por exemplo, a quem tem nas costas um casamento fracassado e que resultou em uma separação, porque para os vetero-católicos não pode ser uma razão para o ostracismo. E Longhitano acrescenta: “Todo aquele que assiste às nossas cerimônias não demostra surpresa ao ver como oficiante uma mulher de batina. Para todo mundo parece um evento completamente normal.”
“O PAÍS REAL”, afirma a sacerdotisa, “é sem dúvidas favorável à nossa iniciativa, porque não compartilha mais as políticas de Além-Tibre, nem tampouco as de um governo pronto a obsequiar falsamente as hierarquias eclesiásticas de Roma, apenas em nome de um imediato autointeresse”. Da Itália real e dos oratórios ou até mesmo de ambientes próximos de Comunhão e Libertação chegam também os noivos e noivas do mês mariano. Em nome de quem, após o grande clamor de todo o caso, fala com Lettera43 Carmelo Mazzeo:
“UNIDOS EM CRISTO”. “Somos católicos praticantes e o reconhecimento do nosso amor diante de Cristo”, diz Mazzeo, “sempre foi uma questão de fundamental importância. O contato com a Igreja vetero-católica, descoberta graças a uma amiga, nos deu essa oportunidade. E nos revelou um mundo inteiro”.
“ESPALHAREMOS A MENSAGEM.” Um mundo onde é possível ser considerados simplesmente “como cristãos e humanos”, sem sofrer os preconceitos homofóbicos que animam muitas vezes a conduta da política e das instituições católicas de cúpula. E para quem agora é uma honra e um imperativo empenhar-se como testemunha: “Há muitos entre os gays que desejam um casamento cristão dentro da tradição católica”, diz Mazzeo, “e é também em nome deles que agora estamos comprometidos em difundir a mensagem desta Igreja e da nossa experiência de fé. Pensamos na criação de grupos de diálogo e de confronto abertos, à espera de que também o Estado progrida sobre a questão dos direitos individuais.”
Um país longe da Europa
Porque, sob este ponto de vista, de acordo com a Longhitano, a Itália não se comporta, até agora, de um modo digno de “um País civil, ao contrário de todos aqueles que reconhecem o vínculo dos dois casais e já agora oficializam as uniões gays”. Para Carmelo, mais simplesmente, “a nossa Península é, em muitos aspectos, distante do resto da Europa”.
ANTIGO TESTAMENTO E HOMOAFETIVIDADE. E se as duas novas esposas já prepararam suas malas para ir para Espanha, onde irão iniciar os procedimentos para ter um filho através de inseminação artificial, a Madre Maria Victoria escolheu cuidadosamente as leituras para as bodas. Começando com o diálogo entre Ruth e Naomi, retirado do livro de Ruth, no Antigo Testamento: “Onde tu fores, eu irei, onde tu ficares, eu também ficarei; o teu povo será meu povo e o teu Deus será o meu Deus”. E: “O Senhor me puna como quiser, se outra coisa que a morte me separar de ti.”
RUTH, A METÁFORA DA IGUALDADE. Mas não é somente para sua nítida impressão homoafetiva que a Longhitano selecionou esta passagem: “devemos lembrar que Ruth pertence à linhagem de Moab, e não do povo escolhido”, explica ela, “mas na realidade no final da história torna-se parte do Reino e também é mencionada na descendência que vai dar vida a Cristo. É uma metáfora ideal para o resgate, a igualdade, o acolhimento e a dignidade iguais para todos.” Metáfora, precisamente, porque, como afirmava Martinho Lutero, as escrituras não devem ser consideradas “um papa de papel” e devem ser interpretadas. “Porque se é verdade que proíbem um homem de se deitar com outro homem”, ironiza ela, “é também verdade que ensinam a sacrificar animais e a cozinhar a carne de modo liturgicamente correto. Mas eu gostaria de ver quantos observantes preparam sacrifícios e carnes segundo a liturgia na sala de jantar do seu apartamento privilegiado”.
Fonte: http://fratresinunum.com

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