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domingo, 19 de dezembro de 2010

Vaticano rechaça grave violação à liberdade religiosa dos católicos pelo Governo da China

O Escritório de Imprensa da Santa Sé divulgou hoje um comunicado no qual rechaça a grave violação à liberdade religiosa dos católicos na China. Em uma recente assembléia controlada pelo Governo comunista bispos e sacerdotes em comunhão com Roma foram obrigados a comparecer e nomeou-se um bispo legitimamente ordenado como presidente da Associação Patriótica Católica da China, instituição controlada pelo regime e separada do Vaticano.
O Governo chinês permite o culto católico unicamente à Associação Patriótica Católica, subordinada ao Partido Comunista da China, e que não reconhece a autoridade do Vaticano.
Desde 1951, quando os comunistas quebraram relações diplomáticas com a Santa Sé, as autoridades comunistas perseguiram e prenderam católicos –bispos, sacerdotes e leigos– fiéis ao Papa, obrigando-os a viver sua fé na clandestinidade. Nos últimos meses, a hostilidade se estendeu aos líderes da associação católica patriótica que querem aproximar-se de Roma.
O comunicado dado a conhecer hoje depois da 8ª "Assembléia de Representantes católicos chineses", realizada em Beijing de 7 a 9 de dezembro, expressa a "profunda dor" da Santa Sé pela realização deste evento que foi imposto a "numerosos bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis leigos".
"A maneira que se convocou e seu desenvolvimento manifestam uma atitude repressiva em relação ao exercício da liberdade religiosa, que se esperava já superada na China atual", indica o texto.
O comunicado assinala logo que "A persistente vontade de controlar a esfera mais íntima dos cidadãos, ou seja, a sua consciência, e de ingerir-se na vida interna da Igreja católica, não é motivo de honra para a China. Pelo contrário, parece ser um sinal de medo e debilidade, mais que de força, de uma intolerância intransigente e não de abertura à liberdade e ao respeito efetivo tanto da dignidade humana como de uma distinção correta entre as esferas civil e religiosa".
Em várias ocasiões, assinala o texto, "a Santa Sé tinha comunicado, em primeiro lugar aos bispos, mas também a todos os fiéis, e publicamente, que não deviam participar do evento. Cada um dos presentes sabe até que ponto é responsável ante Deus e a Igreja. Os bispos, em particular, e os sacerdotes também terão que enfrentar as expectativas de suas respectivas comunidades, que têm direito a receber de seu próprio pastor uma guia segura na fé e na vida moral".
Depois de expressar o rechaço da Santa Sé à "grave violação dos direitos humanos, em particular sua liberdade de religião e de consciência" que foi obrigar que católicos fiéis a Roma a comparecessem à mencionada assembléia, o comunicado anima que não caiam no desalento aqueles "que têm seu coração cheio de consternação e de profundo sofrimento, quem se pergunta como é possível que o próprio bispo ou seus próprios sacerdotes tenham participado da Assembléia".
A eles, diz o comunicado, "a Santa Sé pede que se mantenham firmes e pacientes na fé; convida-os a ter em conta as pressões experimentadas por muitos de seus pastores e a rezar por eles, eles exorta a prosseguir com valentia sustentando-os diante das imposições injustas que encontram no exercício de seu ministério".
Seguidamente o texto recorda que "durante a Assembléia, designaram-se, entre outras coisas, os responsáveis pela chamada Conferencia Episcopal e da Associação Patriótica Católica da China. Quanto a estas duas entidades, e sobre a própria Assembléia, segue sendo válido o que o Santo Padre Bento XVI escreveu na Carta de 2007 à Igreja na China".
"Em particular, o atual Colégio dos Bispos Católicos da China não pode ser reconhecido como Conferência Episcopal pela Sé Apostólica: os bispos ‘clandestinos’, que não são reconhecidos pelo Governo, e que estão em comunhão com o Papa, não formam parte dela; inclui os bispos que seguem sendo ilegítimos, e se rege pelos estatutos, que contêm elementos inconciliáveis com a doutrina católica. É profundamente lamentável que um bispo ilegítimo tenha sido designado presidente".
Por outra parte, "em relação ao que foi declarado sobre aplicar os princípios de independência e autonomia, autogestão e administração democrática da Igreja, terá que recordar que isto é incompatível com a doutrina católica, que desde os antigos símbolos da fé professa a Igreja que é ‘uma, Santa, católica e apostólica’. Portanto, é lamentável também que um bispo legítimo tenha sido nomeado Presidente da Associação Patriótica Católica da China".
O comunicado se refere logo à "ferida profunda" não só para a Igreja na China mas para a Igreja universal que constituem estes fatos que tornam "mais difícil o caminho da reconciliação entre os católicos das ‘comunidades clandestinas’ e os das ‘comunidades oficiais’".
"A Santa Sé lamenta profundamente o fato de que a celebração da mencionada Assembléia, assim como a recente ordenação episcopal sem o mandato indispensável do Papa (em 20 de novembro passado), tenham prejudicado de maneira unilateral o diálogo e o clima de confiança que se estabeleceu em suas relações com o Governo da República Popular da China".
A Santa Sé, "ao mesmo em tempo que reafirma sua própria vontade de diálogo honesto, sente-se obrigada a declarar que os atos inaceitáveis e hostis como os mencionados anteriormente provocam entre os fiéis, tanto na China como em outros lugares, uma grave perda da confiança que é necessária para superar as dificuldades e construir uma relação correta com a Igreja, em benefício do bem comum".
Finalmente o comunicado assinala que "à luz do que aconteceu, o convite do Santo Padre –dirigido em 1 de dezembro de 2010 a todos os católicos do mundo para que rezem pela Igreja na China, que está atravessando um momento particularmente difícil– segue sendo premente".
Fonte: ACI

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