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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Objetivo da campanha mediática é abater a autoridade moral do Papa e da Igreja, assinala Dom Filippo

Em recente artigo intitulado “O abraço de cristo, maior que as feridas”, Dom Filippo Santoro, bispo de Petrópolis (RJ) esclarece que na campanha mediática desencadeada recentemente contra o Papa Bento XVI e a Igreja a “culpa de alguns membros, uma pequena minoria, tiraria a autoridade de toda a instituição que atualmente é a única que lembra sem equívocos a voz da consciência e a defesa total da vida e da dignidade das pessoas”. Em seguida publicamos o artigo do prelado, publicado também na página da diocese serrana.
“O momento presente, marcado pela acirrada discussão sobre a pedofilia, é uma grande ocasião de purificação e de conversão da Igreja para poder comunicar com transparência a todos o abraço da justiça e da misericórdia de Deus , que é a razão pela qual ela existe.
O papa Bento XVI na Carta aos católicos na Irlanda com grande humildade e coragem afirma que: “para se recuperar desta dolorosa ferida, a Igreja na Irlanda deve em primeiro lugar reconhecer diante do Senhor e diante dos outros, os graves pecados cometidos contra jovens indefesos. Esta consciência, acompanhada de sincera dor pelo dano causado às vítimas e às suas famílias, deve levar a um esforço concentrado para garantir a proteção dos jovens em relação a semelhantes crimes no futuro”(n 1).
E aos sacerdotes e religiosos que abusaram dos jovens diz: “deveis responder diante de Deus onipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos” (n. 7). Por isso se indica uma perspectiva que com toda clareza submete para o futuro estes crimes ao juízo dos tribunais eclesiásticos e civis.”Ao mesmo tempo, a justiça de Deus exige que prestemos contas das nossas ações sem nada esconder. Reconhecei abertamente a vossa culpa, submetei-vos às exigências da justiça, mas não desespereis da misericórdia de Deus” (n.7).
E Aos bispos acrescenta que «estabelecessem a verdade de quanto aconteceu no passado, tomassem todas as medidas adequadas para evitar que se repita no futuro, garantissem que os princípios de justiça sejam plenamente respeitados e, sobretudo, curassem as vítimas e quantos são atingidos por estes crimes abnormes”(n.5).
“Deve-se admitir que foram cometidos graves erros de juízo e que se verificaram faltas de governo. Tudo isto minou seriamente a vossa credibilidade e eficiência. Aprecio os esforços que fizestes para remediar os erros do passado e para garantir que não se repitam. Além de pôr plenamente em prática as normas do direito canónico ao enfrentar os casos de abuso de jovens, continuai a cooperar com as autoridades civis no âmbito da sua competência. Só uma ação decidida levada em frente com total honestidade e transparência poderá restabelecer o respeito” (n.11).
Algo mais claro que isso não poderia ser dito e a natureza emblemática desta carta se aplica não apenas à Irlanda como às outras nações no mundo onde estes crimes foram cometidos manifestando o firme propósito de punir com rigor os culpados e de não esconder absolutamente nada.
Mas com tudo isso a onda mediática não se declara satisfeita porque o seu objetivo é abater a autoridade moral do Papa e da Igreja. A culpa de alguns membros, uma pequena minoria, tiraria a autoridade de toda a instituição que atualmente é a única que lembra sem equívocos a voz da consciência e a defesa total da vida e da dignidade das pessoas. Quer-se atingir a Igreja em quanto tal, na sua capacidade de falar aos homens e às mulheres de nosso tempo. É claro que os mesmos que acusam são aqueles que pregam qualquer liberdade e justificam tudo em matéria de sexo.
Essa é a tentativa de eliminação da consciência do bem e do mal deixando tudo ao arbítrio do homem e do poder. E no fundo é a eliminação de Deus, não de um deus construído pelo sentimento e pelas opiniões, - esta divindade é largamente acolhida pela mentalidade dominante - mas de um Deus que é diferente de nós: o Altíssimo que quis se manifestar na nossa história como companheiro e salvador.
Ele já nos doou tudo, nos libertou. Não compactuou com pecado, mas o perdoou por meio de um amor muito maior. O que não se tolera em certa mentalidade dominante é a Presença de um amor total, que incide e que transforma a vida e que lembra a todos o valor objetivo da consciência moral.
A partir de pecados detestáveis de alguns membros da Igreja, a partir de faltas morais se quer destruir a origem da moral que é a presença do infinito no coração do homem que a Igreja prega e testemunha por meio do dom generoso e total de muitos seu filhos sacerdotes e religiosos. Se chega a associar celibato e pedofilia, quando muitas sérias pesquisas científicas demonstraram que não tem a ver uma coisa com a outra e que a maioria destes delitos acontece em família. Assim se quer atingir todos os padres e negar a possibilidade de uma doação integral, isto é virgem, para Cristo e para o bem dos irmãos e irmãs.
Mas esta tentativa violenta de desmoralizar a Igreja não pode tirar a presença objetiva do bem maior que existe na História: o abraço de Cristo à humanidade ferida. A onda mediática e gravíssimos erros não podem vencer o bem mais precioso que a Igreja tem e comunica: a esperança e a vitória da ressurreição. Esta é a fonte da qual partir novamente com humildade, transparência e rigor no serviço ao mundo de hoje.

Fonte: ACI

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