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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Em Roma, fieis católicos defendem Igreja após escândalos de pedofilia

A maioria dos fiéis que se reuniu neste domingo na Praça de São Pedro para seguir a tradicional mensagem de Páscoa defendeu a Igreja e o Papa frente aos escândalos de pedofilia e denunciaram uma suposta "instrumentalização" dos escândalos.
"Apesar do fenômeno ser grave, existe alguma instrumentalização", disse o italiano Marino, que viajou de Turim (norte da Itália), com toda a família, para passar a Semana Santa em Roma.
Apesar da chuva fina e do céu cinza que cobriu a capital italiana, a família participou da bênção de Páscoa na enorme esplanada, ao lado de milhares de pessoas de diversas nacionalidades.
Para o italiano é preciso distinguir entre atos isolados e a reputação da Igreja Católica enquanto instituição. "A Igreja é formada por homens e, entre eles, alguns que cometem erros. O importante é que não os protejam", afirmou Marino, que considera que "a fé não tem nada a ver com os comportamentos de algumas pessoas".
Sob uma maré de guarda-chuvas de todas as cores, e depois de o decano dos cardeais abrir a cerimônia com uma mensagem inédita de solidariedade a Bento 16 o fiel Edgard Meier se recusou a relacionar a pedofilia com a Igreja Católica.
"Não é algo típico da Igreja", afirmou Meier, que, assim como o papa, é nascido na Alemanha, país onde se multiplicaram nas últimas semanas as revelações de casos de abusos sexuais a crianças ocorridos durante décadas.
"Os jornalistas ampliaram o assunto, porque na realidade não é um fenômeno tão considerável", comentou.
O papa condenou em diversas ocasiões os abusos e escreveu há 10 dias uma importante carta pastoral aos católicos irlandeses, onde reconheceu a responsabilidade da Igreja Católica pelos abusos cometidos por sacerdotes e religiosos pedófilos nesse país.
No entanto, o pontífice continua sendo alvo das acusações de ter acobertado casos quando foi arcebispo de Munique e também durante o tempo que foi prefeito da Doutrina da Fé, um período de 25 anos no total.
"É um problema que se pode encontrar em todas as instituições fechadas, tanto de homens como de mulheres", afirmou a russa Nataliya Tkachenko, que acompanhava um grupo de alemães.
Entre os presentes também houve manifestações críticas à Igreja.
A alemã Claudia Binion, que faz doutorado sobre o tema "Igreja e Medicina", foi taxativa: "Acredito que o papa deveria renunciar porque está envolvido pessoalmente".
"Para aqueles que têm essas tendências, a Igreja é o melhor lugar, pois se dedica a formar jovens, e assim, eles podem ficar escondidos e protegidos", concluiu.
Momento difícil
A Semana Santa, que celebra a morte e ressurreição de Cristo, aconteceu em um momento difícil para a Igreja.
Além dos escândalos de pedofilia que surgiram em diversos países, mas sobretudo nos Estados Unidos e na Alemanha, a Igreja enfrentou polêmicas como a do líder anglicano Rowan Williams, que acusou a Igreja Católica irlandesa de ter perdido "toda a credibilidade", e também teve que lidar com críticas de todo o mundo após uma comparação entre as reações aos casos de abusos com o antissemitismo.
A situação é tão delicada que o pregador da Casa Pontifícia, o franciscano Raniero Cantalamessa, teve que pedir desculpas públicas pelo sermão pronunciado na Sexta-Feira da Paixão, no qual comparou as acusações contra o papa e a Igreja Católica com as perseguições sofridas pelos judeus.
"Se, sem querer, feri a sensibilidade dos judeus e das vítimas de pedofilia, lamento sinceramente e peço desculpas, reafirmando minha solidariedade com uns e outros", afirmou Cantalamessa ao jornal "Corriere della Sera".
Durante toda a Semana Santa, os meios de comunicação da Santa Sé, o jornal "L'Osservatore Romano" e a Rádio Vaticano, divulgaram mensagens de apoio ao Papa e condenação ao que chamaram de "campanha de propaganda vulgar" contra a maior autoridade dos católicos.

Fonte: UOL noticias

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