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sábado, 27 de março de 2010

Lula inaugura gasoduto em Itabuna e abre o edital de licitação para construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) em Ilhéus

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta sexta-feira em Itabuna, na Bahia (nordeste), o Gasene, gasoduto que liga o Estado do Rio de Janeiro ao da Bahia.

Segundo o presidente Lula, a obra, que permite o transporte de gás para o Nordeste, "significa mais um degrau na conquista da independência do Nordeste brasileiro", já que dá à região a "oportunidade (de desenvolvimento) que o Sul e o Sudeste do país já tiveram".

Antes do início do evento, enquanto Lula posava com os trabalhadores do gasoduto para fotos, agricultores e índios realizavam manifestações com cartazes e faixas na entrada do parque de exposições onde ocorreu a inauguração.

A cerimônia contou também com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma RoussefF, pré-candidata do governo à sucessão de Lula na Presidência do Brasil, e do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, além de dirigentes da empresa chinesa Sinopec, que participou da construção do novo gasoduto.

Lula inaugurou o último dos três trechos do Gasene, de 954 km, que liga os terminais de Cacimbas e Catu.

Os trechos Cabiúnas-Vitória (303 km) e Vitória-Cacimbas (130 km), em funcionamento desde 2008, completam a estrutura. O gasoduto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e pode transportar até 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia, triplicando a quantidade que chega ao Nordeste, que hoje utiliza 9,8 milhões de metros cúbicos diários.

O aumento da oferta de gás tem como objetivo atrair empresas, que buscam locais para crescer com segurança energética, dinamizar as matrizes de energia e diminuir a dependência da região.

Para se ter uma ideia do crescimento esperado, o gasoduto já começa com três contratos de fornecimento de gás assinados por meio da distribuidora local Bahiagás, entre eles um com a companhia suíça alimentícia Nestlé.

O Gasene será abastecido com o combustível proveniente da Bacia de Santos, da Bacia de Campos, do Estado do Espírito Santo e da Bolívia.

O presidente Lula afirmou que a escolha da chinesa Sinopec como parceira da Petrobras na construção do gasoduto é "importante para o país estreitar os laços com a China através de sociedades estratégicas". E acrescentou que já havia, inclusive, estudos e um trabalho avançado com um banco japonês para financiar a obra, mas que, em 2004, através de uma votação entre os ministros "a China ganhou do Japão por 4 a 2".

O Gasene tem 1347 km de extensão e sua construção foi orçada em 8,8 bilhões de reais, gerando 47 mil empregos diretos e indiretos. É o maior gasoduto já construído no país desde a inauguração do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), que possui 3.150 km, 2.593 deles em terras brasileiras, segundo dados da Petrobras.

De 2003 até hoje, os gasodutos do país quase dobraram de tamanho. Em 2003 eram 5.451 quilômetros e, até o fim de 2010, o número chega aos 9.219. O valor de todo esse investimento é de 29,6 bilhões, e ainda serão lançados este ano o Gasbel II, que amplia o fornecimento do combustível ao estado de Minas Gerais, e o Pilar-Ipojuca, que se estende do estado de Alagoas até um terminal próximo ao estado do Recife, entre outros investimentos.

 Atualmente, o Brasil produz, de acordo com a demanda, entre 29 e 30 milhões de metros cúbicos por dia. E utiliza, sem contar o consumo termelétrico e o gás de que se serve a Petrobras, 35,6 milhões de metros cúbidos diariamente, de acordo com uma média do mês de fevereiro de 2010. 



Em Ilhéus,  o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o edital de licitação para construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). O ato aconteceu em Ilhéus e contou com a presença do governador Jaques Wagner.

Ilhéus é o ponto final da ferrovia, que sai de Figueirópolis, no estado do Tocantins, e percorre 1,4 mil quilômetros, até chegar ao mar. No caminho, ela passa por 32 municípios baianos e cruza o estado de ponta a ponta, no sentido oeste-leste. A Fiol também liga a Bahia a outros estados, através do cruzamento com a Ferrovia Sul-Norte, que terá 3,1 mil quilômetros, entre o Pará e São Paulo.

Segundo Wagner, a Ferrovia Oeste-Leste será uma importante alternativa para o transporte de cargas, estimulando novos investimentos e potencializando as exportações baianas. “Esta é a maior obra de infraestrutura da história da Bahia. É a garantia do escoamento da produção agrícola e mineral e vai contribuir muito para o crescimento do estado”, afirmou.

A Fiol entra na Bahia pelo município de São Desidério, na região oeste, a 1,1 mil quilômetros de Ilhéus. Na zona rural do município, uma placa de madeira fincada no chão indica que aquele ponto faz parte da rota da Ferrovia Oeste-Leste na Bahia. A marcação é uma das poucas deixadas pelo trabalho de medição do projeto, que está concluído.

No oeste, a ferrovia servirá ao transporte dos produtos do agronegócio.  Algodão, milho, café e soja, que tem a maior área plantada e este ano produziu uma safra recorde de 2,9 milhões de toneladas.

Para o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, a Fiol vai aumentar a competitividade da agricultura baiana. “Só temos o modal rodoviário, e quando chega a safra, o frete dobra de preço, o que faz do transporte um dos nossos principais custos”, explicou.

Mineração - Em direção ao mar, a ferrovia segue, passando por Correntina, Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Guanambi e Caetité, onde está tudo pronto para a exploração de 470 milhões de toneladas de minério de ferro. A Mina Pedra de Ferro está ligada à Fiol por meio de um ramal de 20 quilômetros.

O vice-presidente da Bahia Mineração, empresa responsável pela exploração da Pedra de Ferro, Clóvis Torres, declarou que a ferrovia é de extrema importância para a atividade da mina. “O ferro é um minério barato e o ganho com a atividade depende da exploração em grande escala. Isso será possível graças à logística que teremos com a Ferrovia Oeste-Leste”, observou.

De Caetité até o mar, a ferrovia percorre mais 530 quilômetros e passa por outros 15 municípios. Em Ilhéus, ela se encontrará com o Porto Sul, que vai ser construído na Ponta da Tulha, litoral norte da cidade. Na região será instalado também um aeroporto, formando um grande complexo logístico e uma zona de processamento de exportação (ZPE).

Primeira etapa fica pronta em 2011 - O projeto da Ferrovia Oeste-Leste foi desenvolvido pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa do Ministério dos Transportes especializada na construção de ferrovias. Ele foi inspirado no projeto desenvolvido pelo engenheiro baiano Vasco Neto, há cerca de 50 anos.
Para realizar a construção, a obra foi dividida em três etapas: a primeira, entre Ilhéus e Caetité, tem 530 quilômetros, a segunda, entre Caetité, Barreiras e São Desidério, 413 quilômetros, e a terceira, de São Desidério a Figueirópolis (TO), 547 quilômetros.

Nesta sexta-feira, Lula lançou o edital de licitação para construção das duas primeiras etapas. Elas estão divididas em oito lotes e o trabalho começa em junho deste ano, assim que terminar o processo licitatório. A previsão é de que a primeira etapa esteja concluída no primeiro semestre de 2011, a segunda no primeiro semestre de 2012 e toda a ferrovia até o final de 2012.

Geração de mais de 30 mil empregos - Com previsão de investimento de R$ 6 bilhões até 2012, a Ferrovia Oeste- Leste deve gerar mais de 30 mil vagas de trabalho durante sua construção. As vagas estarão espalhadas ao longo do trajeto, ampliando a descentralização dos empregos na Bahia.

Em Caetité, o empresário Carlos Venicio já sente os efeitos positivos. Para atender às encomendas de placas de sinalização da Bahia Mineração e da Ferrovia Oeste-Leste, ele contratou mais quatro funcionários. Até o início da operação, Venicio informou que espera contratar mais dez pessoas. “Não é só no meu ramo de negócio que houve crescimento. O setor imobiliário já está aquecido, assim como o de alimentação, de hospedagem e outros. Estou confiante que vem muito mais por aí”, destacou.

Um dos funcionários do empresário foi contratado para trabalhar de serralheiro, e, como não conhecia a profissão, aprendeu tudo na oficina. “Eu só tinha trabalho temporário e vivia sempre em dificuldade. Agora tenho carteira assinada. Dá até para sonhar com a casa própria e comprar a prazo”, comemorou.

Em Ilhéus, a expectativa também é grande. Júlio Madruga, dono de um restaurante na Ponta da Tulha, onde vai ser construído o Porto Sul, está confiante no crescimento econômico e acredita que o complexo logístico vai ajudar a preservar a região.

“Não dá para preservar a natureza com os moradores daqui desempregados. Sem fonte de renda, eles vão caçar, cortar madeira, buscar um sustento. Com trabalho, eles garantem o sustento e deixam a natureza em paz”, afirmou Madruga.

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